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Mostrando postagens de fevereiro, 2022

A ESTRADA

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A estrada da vida não é uma reta contínua e de fácil navegação. Em boa parte do percurso, não tem boa pavimentação, nem sinalização adequada! As placas nem sempre estão visíveis. Muitas são ilegíveis. Algumas sofreram com a ação do tempo, ou foram danificadas por vandalismo. Encontram se em estado precário, requerendo especiais cuidados de interpretação, para não mascarar o seu significado! Nos trechos de serra, as curvas são tão intensas, que parecem confrontar com a pista de volta, em fantástica ilusão de ótica. A estrada da vida não tem volta! Os faróis que ofuscam nossos olhos, na verdade, seguem na mesma direção. No asfalto tem marcas de muitas derrapadas. Mais à frente, sinais de salvamento milagroso, com veículos pendurados no penhasco! Há também sinais de fatalidades! Nem todos tiveram a mesma sorte! Em alguns trechos as ladeiras são desafiadoras. Umas longas demais, outras inclinadas demais. E todas com seus buracos e suas imperfeições, fazem subir a aceleração. Na cabine d...

AMOR CLANDESTINO

Amor clandestino Se eu morrer em teus braços, o que dirão de mim?  Talvez digam que fui um amante apaixonado e que não suportei minha própria paixão. Sucumbi às emoções que um grande amor pode proporcionar e com ele definhei até a morte. Que poderia ter tido melhor sorte, se não me aventurasse nesse amor clandestino. Ou, que me portei como menino, quando descobri o mel de teus lábios! Que me entreguei ao destino e assim, agi porque amei de verdade!   Que te dei felicidade, no aconchego de meus braços. Mas, por ser tão escasso o amor verdadeiro, escolhi um que fosse o  amor derradeiro?   Ou dirão que fui egoísta, tentando te amar, em silêncio, no anonimato?    Dirão que fui leviano? Que não respeitei o meu tempo e que ultrapassei os limites? Que preferi amar em segredo quando o repouso era prescrito?   O que dirão de mim? O que dirão quando estiver prostrado e sem forças para defender-me? Que a paixão me dominou e me encaminhou para a morte? ...
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O DIA! Meus olhos, acabavam de se abrir, após longa noite de sono. Mal sabiam o que ver do novo dia. A janela do quarto, ainda fechada, me impedia de ver lá fora. Então, eu não sabia se o tempo sorria com o brilho do sol, ou se a chuva da noite anterior persistia, confirmando o seu mal humor e estragando planos e expectativas. Nem estas, ainda que positivas, me davam ânimo para o desapego das cobertas. Nem os pensamentos tinham se ajustado em minha mente. Era cedo. Pensei estar acordado, mas ainda dormia. E neste misto de sonambulismo e de sono mal resolvido, levantei-me, ainda com areia nos olhos. Foi o melhor que fiz! Não importa se chove ou se faz sol. O dia é muito curto para ser desperdiçado!   José Assunção da Silva