AMOR CLANDESTINO
Que te dei felicidade, no aconchego de meus braços. Mas, por ser tão escasso o amor verdadeiro, escolhi um que fosse o amor derradeiro?
Ou dirão que fui egoísta, tentando te amar, em silêncio, no anonimato?
Dirão que fui leviano? Que não respeitei o meu tempo e que ultrapassei os limites? Que preferi amar em segredo quando o repouso era prescrito?
O que dirão de mim? O que dirão quando estiver prostrado e sem forças para defender-me?
Que a paixão me dominou e me encaminhou para a morte? Ou dirão que fui valente? Que desafiei as leis da natureza em nome da paixão e do amor? Se eu morrer em teus braços, terei teu perdão? Por te fazer feliz só em pensamento, enquanto o corpo já não atende aos anseios da mente? Quem haverá de consolar-te? E eu? terei o consolo do descanso eterno? Ou seguirei culpado na eternidade?
Se eu morrer em teus braços, o que dirão de ti? Que fostes para mim um amor clandestino? Que ultrapassastes as barreiras da lei dos homens? Que ofendestes os termos sagrados do matrimônio? Que ludibriastes as vontades de Deus? Ou dirão que fostes uma mulher apaixonada e que lutastes pela sobrevivência da paixão? O que dirão de ti? O que dirão de nós?
E tu? O que dirás de tudo isso? Que fostes traída pelo coração? Que não suportastes o turbilhão de sentimentos e a força do desejo? Que não resististes a meus beijos? O que dirá a teu coração?
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