O Poeta, a poesia e os críticos.

 O Poeta, a poesia e os críticos.  

Não são raras as vezes em que um poeta sofre, na tentativa de dar corpo à sua obra, e esvaziar sua mente. Debruça-se sobre o texto teimoso, e ali passa horas tentando. Nem sempre consegue, mas quando se encontra, aliviado esboça sua arte e descansa. Depois, com calma, retorna ao trabalho, e ajusta o desfecho apropriado.  

 

Porém, nem sempre se satisfaz com o resultado de seu trabalho. Poetas são perfeccionistas. Eles costumam ver harmonia no meio do caos. Vêm beleza no meio da miséria, encontram paz em cenário de guerra!  

 

Poetas, são puros de coração!  

 

Às vezes são debochados. Constroem frases enigmáticas, que só fazem sentido para si mesmos, se fizerem! e lançam nas ao ar, só para se divertirem! E como se divertem!  

 

De outro lado, há sempre um esperto que se acha. Pensa que sabe mais que o próprio artista, que pode entrar em sua mente, como se esta fosse uma sala de visitação aberta aos curiosos.  

 

Acredita que pode interpretar o sentimento poético e simplificá-lo com precisão matemática, como se esse fosse uma expressão algébrica!  

 

Elabora teorias longas e complicadas. Defende teses, sacramenta conclusões e as joga para o mundo, como se fosse o senhor da verdade absoluta, dizendo: “o poeta quis dizer isso”; ou, “o poeta quis dizer aquilo”.  

 

Poesia não é ciência exata! Não basta dissecar as frases, como se fossem um cadáver na mesa de um necrotério, e daí, definir o pensamento e o sentimento de um poeta.  

 

A poesia existe para entreter, para enternecer, e principalmente para aliviar a dor de quem a escreve, ou para eternizar o momento de felicidade que só o poeta sente.  

 

O poeta não precisa de muitos motivos para externar seus sentimentos. Nem suas alegrias, nem seus sofrimentos, porque seus sentimentos não são só seus. Precisam ser externados, compartilhados, para que possam, produzindo interação, alcançar seus objetivos. E quando isso acontece, o universo é beneficiado e a vida se torna mais leve.