Assuncao55

A noite é como um manto que pousa suavemente sobre a criança adormecida!   Quando o dia termina, surge calma do firmamento com sua paleta de cores. Aos poucos, substitui a transparência que o sol desenhara. Com pinceladas suaves, segue impondo sua personalidade, testando variações sutis, até chegar aos tons mais fechados! As formas, agora tem outra definição. Os efeitos de luz e sombra já não contrastam como antes. Nem a lua, nem as estrelas, podem trazer de volta o brilho que realça e projeta objetos nas paredes e nos barrancos. Mas ambas permitem a contemplação dos poetas. Projetam sonhos!

No começo pode ter sido tenso, difícil, até mesmo doloroso. Muitos de nós, não sabíamos o caminho. Tínhamos dúvidas, tínhamos medo. Mas tínhamos a missão de seguir em frente. Viver é trilhar caminhos nunca percorridos. É deixar o instinto nos guiar, para no fim, encontrarmos a nós mesmos. Saímos de um passado de incertezas, com as mãos vazias, para nos encontrarmos, mais adiante, com a bagagem da experiência; nosso maior troféu! Mesmo que na jornada soframos alguns tropeços, ninguém nos tira os méritos da chegada! Agora, orgulhosos podemos olhar para trás, bater no peito e dizer: venci! Não importa se encontramos dificuldades, se tivemos medo. Enfim chegamos a mais uma final no campeonato da vida. Vencemos!

Oi, lembra se de mim? Passei aqui para lhe dizer umas palavras. Só para lembrar daqueles tempos!  Outrora fomos parceiros em muitas jornadas. Curtimos horas e horas de resenhas. Falamos de coisas importantes, e também de coisas tolas, sem qualquer relevância, só pra passar o tempo.  As vezes falávamos de nossos problemas… sofríamos a dor um do outro. Outras vezes dávamos muitas risadas.  Costumávamos chamar isso de amizade! Lembra? Eu nunca me esqueci!  Mas a vida é muito dinâmica! Em instantes tudo fica diferente! Você foi para um lado, eu para outro.. e a vida  se encarregou de mudar tudo!  E nós nem percebemos! Foi assim meio que de repente. As cortinas se fecharam, as luzes foram se esmaecendo… fim do primeiro ato.    A vida é mesmo um teatro! Tudo mudou! Parece que estou em outra dimensão!    E você, onde está?   Já faz muito tempo que não o vejo, que nem ao menos ouço falar de você. Não sei como você está, se também tem s...

O dia estava nublado, triste…Tão triste quanto eu mesmo! Coração partido!   O parque, em outros tempos tão vibrante, hoje não tinha a mesma cor. O chão estava sujo. Forrado de folhas caídas. Molhadas, pisoteadas, amassadas…. destruídas! Efeitos da noite que passou! Efeitos da chuva que caiu!    Era o meu retrato, aquele chão!    Vi uma árvore tombada. Dobrada pelo vento forte. Desamparada, não teve melhor sorte. Com certeza, lutou desesperada! Balançou de um lado a outro. Viu suas folhas arrancadas, sucumbiu. Seu fim foi a morte!    No meio desse caos, uma flor. Depois da tempestade, sorria aliviada. sobreviveu!   Dentro de mim também deve ter uma flor. Dentro de mim, passou um caos. Um vendaval sem precedentes!   Derrubou muitas árvores e folhas pelo chão. Meu chão ficou escorregadio. Patino, sem sair do lugar.    Mas a flor sobreviveu e quer desabrocha

Enquanto ele esteve ali, em algum canto da sala, do terraço, ou enfeitando a mesa de jantar, ostentava em suas faces externas , uma série de car a cteres que sempre me intrigaram . Toda vez que olhava para ele, saltavam me aos olhos, aquelas letras elegantes e para mim, totalmente enigmáticas . ( A única certeza que eu tinha , era sua origem oriental, dado à forma inconfundível daqueles caracteres ) . Porém, apesar d a curiosidade em desvendar o real significado, jamais me ocorreu a ideia de procurar em algum tradutor , a solução do mistério Eis que certo dia, um temporal assolou a cidade . Primeiramente , chegou o vento furioso, varrendo tudo que se encontrava em seu caminho. Parecia apressado e determinado a chegar ao seu destino, seja lá qual fosse!    Em seguida veio a chuva . Descia densa do céu .   Ao cair, produzia uma espécie de vapor acinzentado que se desprendia do solo .    Na avenida, não se via viva alma! Quem um pouco antes se en...

Ao abrir os olhos, notei o quarto todo iluminado pelos raios de sol. Atrevido, ultrapassou as frestas da persiana e veio visitar minhas retinas. Elas não estavam preparadas para isso.  Era pouco mais de 5 da manhã. Para muitos a noite não terminou ainda, mas aqui, o sol decretou uma nova ordem. O dia já começou.  Resignado, levantei-me, ainda com preguiça, mas determinado a cumprir as novas regras. A natureza não aceita desafios!  Em breve lampejo de memória, lembrei-me de que dias atrás, eu reclamara do frio extemporâneo que rondou nosso verão. Parece que o sol aceitou o meu pedido e assumiu o seu posto, fazendo valer a sua autoridade. Não seria agora o momento de agradecer? 

Existem mil motivos para se fazer arte. Tem aqueles que são artistas inatos, nasceram com o “Dom” como se costuma dizer. Do nada, saem por aí cantando, dançando, encenando, pintando e bordando, sem nenhum esforço, sem qualquer estresse! Nasceram para ser artistas! Há Outros, diferentemente, desprovidos de qualquer dom, mas inseridos no contexto da arte por variados motivos, todos plenamente justificáveis. É o caso do senhor ou da senhora já aposentados, cujas tarefas obrigatórias já foram todas cumpridas. Agora buscam recompensa em tarefas mais aprazíveis, que lhes tragam conforto e leveza de espírito, em substituição às duras jornadas ao longo de uma vida inteira! Há também, aqueles, cujas responsabilidades profissionais, carregadas de tensão, de incertezas e de pressão psicológica. Ao final do dia, necessitam de uma válvula de escape, para recuperação das forças e retorno ao eixo. Outras tantas situações poderiam ser aqui descritas, mas estas poucas já bastam, pois, justifi...