ARTE


Existem mil motivos para se fazer arte. Tem aqueles que são artistas inatos, nasceram com o “Dom” como se costuma dizer. Do nada, saem por aí cantando, dançando, encenando, pintando e bordando, sem nenhum esforço, sem qualquer estresse! Nasceram para ser artistas!

Há Outros, diferentemente, desprovidos de qualquer dom, mas inseridos no contexto da arte por variados motivos, todos plenamente justificáveis. É o caso do senhor ou da senhora já aposentados, cujas tarefas obrigatórias já foram todas cumpridas. Agora buscam recompensa em tarefas mais aprazíveis, que lhes tragam conforto e leveza de espírito, em substituição às duras jornadas ao longo de uma vida inteira!

Há também, aqueles, cujas responsabilidades profissionais, carregadas de tensão, de incertezas e de pressão psicológica. Ao final do dia, necessitam de uma válvula de escape, para recuperação das forças e retorno ao eixo.

Outras tantas situações poderiam ser aqui descritas, mas estas poucas já bastam, pois, justificam com sobra, a escolha da arte.

Nesse contexto, a escola de artes proporciona à todas as classes de artistas, o ambiente ideal para o desenvolvimento da vocação. Em contrapartida, a vocação artística com todas as suas nuances, encontram guarida na escola e assim, tende a crescer.

A sala de aula é como um laboratório. Lá se processam variados sonhos! Uns talvez pensem em ser famosos, outros fugindo do tédio, encontram na arte, o seu caminho.

Mesmo aqueles, como eu, que parecem mergulhados em seus mundos particulares, comandando seus pincéis ou seus lápis… ou brigando com eles, por conta da desobediência!

Os pincéis e os lápis, às vezes, parecem ter vontade própria! Riscam e rabiscam no sentido oposto ao nosso comando, manchando a melhor das pinceladas, maculando o melhor dos traços! Obrigam-nos a revisitar o que aos nossos olhos, já estava sorrindo para as referências. E estas, às vezes, parecem perder a paciência!

Não lhes tiro a razão. Ficam ali por horas, estáticas, em posição incômoda, para que possamos retratá-las. Quase sempre sustentadas por um pedaço de fita crepe, penduradas em um canto da tela! Deve ser dura, a vida das referências!

E o professor, pacientemente, acolhe a todos e os anima com sabedoria!

Ser professor, por si só, é uma arte. Ser professor de arte, é arte extrema!

 

José Assunção da Silva

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