DIAS IGUAIS

DIAS IGUAIS

Sentado na varanda de meu apartamento, domingo pela manhã, fiquei a contemplar a avenida, lá embaixo.

O tempo todo, tal qual em uma marcha de cadetes, o trânsito fluía sempre no mesmo ritmo, no mesmo compasso! Vez por outra, uma buzina impaciente, uma freada mais brusca, uma acelerada ali ou acolá! Carros de variadas marcas e modelos, nas duas direções da movimentada via!

Na terça feira, me sentei novamente na varanda. Observando o movimento dos carros e das pessoas, percebi que passavam muitos carros, de muitas marcas e modelos diferentes, em um ritmo constante, salvo uma ou outra pequena variação, assim como da outra vez que os observara. Até o “ali” e o “acolá” estavam presentes, com suas freadas e aceleradas!

Percebi, que eventualmente, os carros poderiam ser os mesmos que eu vira no domingo! Que talvez, estivessem ocupados pelas mesmas pessoas, e ainda, que pudessem estar vindo das mesmas origens! Quiçá, seguindo para os mesmos destinos!

Hoje, cujo dia da semana representa, eu nem sei. Volto à varanda de meu apartamento e observo. Vejo carros, motos, pessoas e animais, tais como gatos ou cães, de variadas raças, de diferentes cores e tamanhos, todos trafegando em todos os sentidos! Ora em bandos, ora sozinhos, ou acompanhados de seus donos, formando um singular vai e vem, bonito de se ver!

Percebi que das outras vezes, além dos carros, eu também vi motos, bicicletas, pessoas e animais, tal qual os vejo agora. Só que agora, mais atento, pude perceber outros componentes daquela cena!

Refletindo um pouco mais, percebi que a semelhança entre um dia e outro, não é mera coincidência! Os dias são iguais. São filhos do mesmo pai, o tempo. Nasceram juntos, em um mesmo evento! A cada um deles foi atribuído um nome, que os diferencia e os tornam únicos, embora na essência, continuem sempre iguais!  

Não existe dias melhores, nem dias piores. O que existe é um dia e depois o outro, o outro e outros mais, com suas porteiras escancaradas para a vida que passa, assim como passam os carros, lá embaixo na avenida!

José Assunção da Silva

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