O MUNDO DAS PALAVRAS
Ficam, por alguns momentos, atônitos. Não sabem o que falar...
Depois, recuperam-se, dirigem-lhe seus olhares ainda surpresos e dizem: Nossa,
você se esmerou, hein! Tudo isso para nos receber? Não precisava tanto! Nós
somos pessoas simples. Sabemos que você vem de berço humilde. Como exigiríamos
tanto de você? E o pior: como vai conseguir manter tudo isso? Você não se
endividou por nossa causa, não é?
Quando você vem da pobreza, não adianta! Você procura uma escola
boa, que caiba no seu orçamento; a melhor que você possa frequentar. Se aplica
nas aulas, passa noites a fio dormindo pouco. Abdica-se de quase tudo que lhe
dá prazer, só para ter um pouquinho mais de cultura e poder competir com a dura
concorrência! Faz de tudo para absorver ao máximo, o teorema de Pitágoras, o
quadrado da hipotenusa, as hipérboles e anacolutos, a teoria da relatividade, enfim,
você quer ser o cara!
E convenhamos. Isso é muito chato!
Um dia desses, eu quis fazer uma brincadeirinha em um texto, no
qual tentava reproduzir um diálogo em linguajar caipira e, para isso, cometia
propositalmente, diversos erros de grafia. Ao fazer uma revisão prévia, notei
com surpresa que várias correções teriam sido efetuadas pelo corretor de textos
do word. O mecanismo é admirável e, sem dúvidas, nos da muita segurança no
desenvolvimento de um trabalho.
Por isso, não é preciso ser dotado de genialidade para pôr no
papel algumas palavras e impressionar as pessoas. Bastam um pouquinho de
criatividade e o editor de texto à mão. Pronto; arrasou!
O word corrigiu tudo!
Ou melhor, no meu caso, o word "estragou" tudo!
Agora não sei se continuo no erro e corro o risco de ser banido
do “world” das palavras, ou paro de errar para ser aceito pelo Word. Eu só sei
que me encontro num impasse: se correr o Word pega, se ficar o bicho come!
José Assunção da Silva
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