Meu pequeno Rei

 

Meu pequeno Rei
 

Você aguardava tranquilo a luz da vida, enquanto todos nós, pai, mãe, tios, tias, vovôs e amigos, um batalhão de pessoas, todas ansiosas e preocupadas, aguardávamos na expectativa de ver seu rosto e ouvir o seu primeiro choro. Fazíamos prognósticos, imaginando qual seria sua aparência, o tom da sua pele, a intensidade do seu choro, os traços marcantes e com quem esses traços se identificariam, seu tamanho e peso, dado à composição genética que teria herdado, enfim.

 
Foi nesse cenário que lhe fiz minha primeira homenagem. Mais do que isso, fiz um apelo, carregado de muita emoção e sentimento, na esperança de que não se confundisse com um mero amontoado de palavras pronunciadas ao acaso, sem propósitos e sem compromissos.
 
Quis que minha voz ecoasse pelo mundo, para que o mundo soubesse que em breve nasceria o pequeno Davi, homologando-me na condição de avô. Postei no meu Blog, então ativo, mas que hoje se encontra em vias de ser extinto. E essa, aliás, é a razão da presente publicação; registrar publicamente o maior evento ocorrido nos últimos tempos no seio da família Assunção.
 
 Naquela ocasião eu disse:
 
“Eu não quero que você passe a vida inteira correndo de um lado ao outro, como bolinha de ping pong. Eu não quero que você passe sua vida dependendo de um comando ou de um pedido para então agir. Eu quero que você seja forte, decidido, rápido nas atitudes e firme nos seus propósitos, mas cauteloso, comedido, senhor das suas vontades e das suas decisões. Eu quero que você seja um pouco de mim, para que eu possa olhar para você com orgulho e dizer, lá vai Ele, ou lá vem Ele, ou apenas, lá está Ele – meu neto, ou melhor, meu NETO, com letras graúdas e bem pronunciadas.
 
Meu desejo é quase que uma redundância, pois é impossível não ter em você um pouco de mim, assim como em mim, já tem um pouco de você. Então meu NETO, siga destemido o seu caminho, mas não faça sofrer sua mãezinha que anda ansiosa, querendo ver seu rosto, altivo e sorridente como um dia de sol. Ela o aguarda, mas tem medo desse momento que se aproxima. Por isso, seja paciente e generoso para que mamãe não sofra.
 
Quando mostrar ao mundo o seu rosto, volte seus olhos ao seu pai e acalenta o coração dele, porque ele também não cabe em si de tanta ansiedade.
 
Depois disso, contemple os olhares curiosos das vovós e das titias e retribua-lhes o carinho. Porém, aguarde com calma a hora certa e então adentre este mundo que o aguarda em festa. Sexta Feira a gente se vê. Até lá, meu pequeno Rei”.
 
Agora, passados seis meses, já não existe ansiedade. Todas as preocupações que povoavam nossos corações já não têm razão de existir, pois, as melhores previsões se confirmaram. Prossigamos, então celebrando esta festa que é a sua presença. Salve Davi!  

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Discurso da terceira idade

O Poeta, a poesia e os críticos.