MINHA LEGIÃO DE LEITORES
Estou incomodado. Mesmo com tantas ocorrências mundo afora, faltam-me assuntos; nada para postar. Pelo menos, nada digno de meus preciosos leitores. Meus leitores não são muitos, mas são preciosíssimos. Em recenseamento recente, apurei mais de cinco! Pode parecer pouco, mas cinco, às vezes, representa o máximo que se pode ter em algumas situações. Por exemplo, os dedos de cada mão. Não dá para ser maior do que cinco. Seria uma anomalia! As notas dos jurados em concursos musicais, geralmente vão de zero a cinco. Os dias úteis também são cinco. Claro que para mim todo dia é útil, principalmente sábados e domingos, mas, de acordo com as convenções, dias úteis são cinco! Então, cinco pode ser o equivalente a cem. Assim, meus queridos cinco leitores, para mim, vocês são cem. E, sem dúvida, representam minha melhor performance! Isso é motivo suficiente para não os decepcionar. Vamos lá. Falaremos sobre a ausência de ideias.
Não é a primeira vez que passo por situação semelhante. Em um desses momentos terríveis para qualquer pretenso escritor, debrucei me sobre minha escrivaninha decidido a pôr fim a aquele hiato de criação. Comecei a escrever frases sobre tudo que me vinha a mente, na tentativa desesperada de transformar aqueles textos desconexos, em algo que pudesse despertar interesse. Mas as frases produzidas mal surgiam e, incontinentes, transformavam se em lixo. Não davam liga. E eu, há muito tempo sem sono e sem rumo, mergulhei em profundo silêncio! Aí percebi que até o silêncio conspirava contra mim. Pior! Percebi que o silêncio não existe! Não o silêncio absoluto. Mas, em “silêncio”, passei a ouvir minha própria pulsação, minha respiração passou a ressoar lá no fundo do meu cérebro. Então passei a ouvir o “tique-tique” do relógio, até então, despercebido. Pensei: Ele sabe ser discreto enquanto vigia minha angústia. Mas agora quer tagarelar em meus ouvidos...
Ainda bem. Foi assim que criei...
“O MARCADOR DO TEMPO”.
É noite,
O universo em silêncio!
E o indiscreto marcador
de tempo...
tic tic tic tic tic tic
tic tic tic tic tic tic tic
O trabalho não flui.
não evolui.
Estou sem tempo,
O
"tiquetique", continua a "tique-tiquear".
Ecoando. Minando minha
mente.
E eu, quase demente!
O "tiquetique"
me aborrece, me enfurece, me enlouquece!
O tempo, parece
conspirar!
Parece zombar do que eu
faço,
Na medida em que
avança,
Ignora o meu esforço,
Despreza meu cansaço!
Mal sabe o que eu fiz.
O que eu fiz?
Nada, quase nada!
Mas, se não fiz, não
foi porque quis.
Deus sabe o quanto eu
quis!
Estou no apogeu da
vontade e do querer,
Só não sei o que fazer.
É como se houvesse um
túnel em minha mente...
E, por ele só o vento, barulhento,
Passa e leva o
pensamento, com a medida do tempo!
tic tic tic tic tic tic
tic tic tic tic tic tic tic tic tic tic tic tic
Ainda assim, vou
construindo meu quase nada!
Embora o nada agora,
seja quase tudo!
A paciência é meu maior
dom
Dela extraio minhas
esperanças, minhas expectativas.
Nela, vejo minha rota
de fuga, meu porto, meu descanso!
Ela é minha aliada,
minha amiga, minha melhor conselheira!
A paciência e a
perseverança, caminham comigo lado a lado.
Pacientes e
perseverantes, seguimos juntos,
Na estrada da
esperança!
tic tic tic tic tic tic
tic tic tic tic tic tic tic tic tic tic tic tic
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